Mitos e dúvidas do tratamento odontológico na gravidez

O ideal é que a mulher antes de engravidar, se possível, passe por um exame físico detalhado, inclusive um exame clínico da cavidade oral. Assim o dentista realizaria todo o tratamento dentário antes da gravidez.

– A gestante pode tratar os dentes durante a gravidez? É seguro?
Sim. Desde o início da gestação, a futura mamãe deve procurar o dentista para orientação preventiva. Durante a gravidez, se houver necessidade de algum tratamento, ele pode e deve ser realizado, pois as infecções e cáries não tratadas podem prejudicar sua saúde e a de seu bebê. A melhor época para tal é o segundo trimestre da gravidez (entre o 4º e o 6º mês), pois a gestante se encontra num período de maior estabilidade. O cirurgião-dentista está apto a cuidar bem, sempre atento às condições físicas e psicológicas da paciente e, se necessário, entra em contato com o médico da mesma.


– Existem riscos quanto à anestesia local?
Não. Existem anestésicos mais adequados às gestantes.

– A gestante pode ser radiografada pelo cirurgião-dentista?
Sim, se o dentista decidir que a radiografia é realmente necessária. Alguns fatores garantem a sua segurança: a quantidade e o tempo de radiação são pequenos, o raio principal está dirigido à boca, distante da barriga, sempre se usa avental de chumbo, que protegerá tanto a gestante, quanto o bebê. Porém devem-se evitar radiografias na 1º trimestre da gravidez (período da embriogênese).

– Quando os dentes do bebê começam a se formar?
No 2º mês de gravidez.

– A gestante deve ingerir flúor, pensando na dentição do bebê?
Não. Atualmente não prescrevemos mais suplementação de flúor, para se evitar fluorose. Está comprovado que o flúor é mais importante após a erupção dos dentes, em contato com o esmalte. Se a água é tratada, ela fornecerá as vantagens anticárie do flúor.

– O que afeta a dentição da grávida?
Na gestação, ocorrem algumas alterações que associadas a modificações dos hábitos de vida, podem levar ao aparecimento ou agravar problemas dentários como cáries e gengivites. Ex: aumento de acidez da saliva; toda gestante passa a se alimentar com mais frequência; a consumir mais doces; o que é muito prejudicial e toda gestante diminui os cuidados com a higiene bucal, pois sua atenção e preocupação estão voltadas para o bebê, principalmente depois do parto.

– É normal a gengiva sangrar durante a gravidez?
Não. O sangramento é sinal de que a gengiva está inflamada (gengivite) devido à placa bacteriana que não foi removida completamente. A gengivite pode piorar na gravidez devido aos hormônios dessa fase, que aumentam a inflamação, mas nunca a gravidez é responsável isoladamente pela gengivite.

– O cálcio necessário para o desenvolvimento da criança vem dos dentes da mãe?
Não. A gravidez não é a culpada pelo aparecimento de cáries nem pela perda de minerais dos dentes da mãe para formar dentes e ossos do bebê. A afirmação que diz: “o bebê rouba cálcio dos dentes da mãe para formar seus ossos e dentes” é uma inverdade, principalmente se a futura mamãe tiver os cuidados necessários com a alimentação e a higiene. Como já disse, se houver aumento de cáries ou gengivites é devido a alterações na dieta e limpeza inadequada dos dentes – mas, na gravidez os dentes estragam com mais facilidade…

– A grávida pode apresentar mais cáries e gengivites?
Sim, mas é porque COME MAIS, DORME MAIS E ESCOVA MENOS OS DENTES! Quando o bebê começa a se desenvolver, o útero pressiona o estômago, que tem o seu volume reduzido. A gestante passa a fazer, então, vários lanches durante o dia (ou até mesmo durante a noite!) que não são acompanhados por uma eficiente higienização, tornando a saliva mais ácida, favorecendo o aparecimento das doenças bucais. Também os enjoos, acompanhados de vômitos, são responsáveis pelo aumento da acidez da saliva. O sono, que aumenta durante a gravidez, é também um período crítico para o aparecimento de cáries e gengivites, pois durante o sono, há uma diminuição da saliva no meio bucal. Então são essas as causas básicas dos problemas bucais na gravidez e não o provérbio que diz: “cada filho custa à mãe um dente”.

Fonte – cadadia.net

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