Crianças devem evitar doces até os dois anos

Refrigerante, bala, chocolate e bolo são os lanches preferidos da maioria das crianças. Contudo, eles podem se tornar vilões para a saúde bucal e física quando consumidos em excesso e sem fazer a devida limpeza oral. Por isso, em algumas partes do Brasil, como Minas Gerais e o Distrito Federal, já existe uma lei que proíbe a venda de doces, salgadinhos e refrigerantes nas cantinas das escolas.


Pais, professores e a direção da escola devem estar alinhados e atentos para evitar o abuso de doces e o aumento de cáries nas crianças e jovens. “A escola é um ambiente ideal para trabalhar não somente questões nutricionais com as crianças, como também para o incentivo à higiene bucal, por meio de práticas educacionais adequadas a cada faixa etária”, afirma a doutora em Odontologia e professora Associada da Área de Psicologia Aplicada da Faculdade de Odontologia de Piracicaba – Unicamp Rosana de Fátima Possobon. Entretanto, ela lembra que, muitas vezes, os alimentos ricos em açúcar vem de casa. O ideal é que a criança seja apresentada aos doces após os dois anos de vida pois, segundo Rosana, esse período é importante na formação do paladar. É interessante que a família tenha uma alimentação saudável em casa e que os filhos estejam acostumadas a receber alimentos ricos em nutrientes, com consistência variada para estimular a mastigação e com uma disciplina de horários. Assim, fica mais fácil controlar o que se coloca nas lancheiras dos pequenos.

O exemplo e estímulo dos pais também valem em relação a higiene bucal. Para todo comportamento que se deseja ensinar, vale a dica: associá-lo com situações prazerosas e oferecer muito incentivo quando a criança comportar-se adequadamente. Escovar os dentes dos pequenos enquanto conta uma história ou canta a música preferida dele, elogiar sua iniciativa de ir ao banheiro pra escovar os dentes sozinho ou dizer o quanto está feliz porque a criança colabora durante a escovação são ótimos exemplos de atitudes positivas dos pais no sentido de influenciar o comportamento das crianças.

Se o hábito vem de casa é mais fácil que o aluno aceite escovar os dentes após o lanche da escola. O que dificulta o controle dos pais nesse assunto é se a escovação dos dentes não consta no cronograma escolar. “Como os intervalos de lanche são rápidos e, muitas vezes, a criança tem uma série de distraidores em seu ambiente, ela acaba esquecendo de escovar os dentes”, afirma Rosana.

Como é um lanche ideal?

Rosana explica que é importante que o lanche tenha três grupos alimentares: os reguladores, os construtores e os energéticos. Como reguladores frutas, preferencialmente de fácil consumo pela criança, ou seja, que não precisem ser cortadas, difíceis de ser descascadas e que não estraguem se mantidas fora da refrigeração. Bons exemplos são uvas, maça, pêra e banana. O suco de fruta também é uma ótima dica, principalmente para substituir o refrigerante.

Os construtores podem ser representados pelos queijos, iogurtes e pelas carnes usadas como recheio de salgados assados. Como energéticos, é aconselhado usar pães e biscoitos integrais. Assim, um suco de frutas e um sanduíche de pão integral e queijo branco é o lanche ideal e completo.

Contudo, Rosana lembra que os pais tem que ter paciência no processo de adaptação para uma alimentação mais saudável. “Depois de comer isso, não é pecado comer um chocolate, por exemplo. A transição para alimentos saudáveis tem que ser aos poucos, para não correr o risco de o lanche voltar para casa intacto no final da aula”, conta. Tudo isso sem esquecer, claro, da higiene oral após o lanche, para eliminar os resíduos de comida e evitar as cáries.

Fonte – www.msn.com/pt-br/saude/saudebucal

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